Verificando os resultados de estudo feito
pela Fundação Instituto Nacional de Pesquisas Econômicas de São Paulo,
encomendado pela Câmara Brasileira do Livro, fiquei até um pouco feliz: o
brasileiro comprou mais livros nos anos mais recentes. Foram quase 470 milhões
de unidades vendidas, só em 2011. Esse número configura um aumento de 7,2% em relação
ao ano anterior.
Segundo o estudo, houve aumento de vendas
nas livrarias, coisa que vinha diminuindo nos últimos anos, pois não é mais só
nesse lugar específico que encontramos livros para compra. Atualmente é comum
encontrarmos livros em bancas de jornais e revistas e em supermercados, além de
existir a opção de compra pela internet, onde existem várias livrarias
virtuais, com a comodidade de recebermos o produto em casa.
Mas a notícia mais alvissareira do tal
estudo é que os jovens e as crianças são os maiores consumidores de livros,
atualmente. Isso significa que os leitores em formação estão lendo mais. O que
pode melhorar o número de brasileiros que lê, no futuro, pois eles poderão
passar esse gosto pelos livros, esse bom hábito da leitura para seus filhos.
É bem verdade que o fato de levarem
clássicos da literatura infanto-juvenil para as telas dos cinemas tem
colaborado muito para que os espectadores se interessem em ler a obra que
originou o filme. Esse incentivo à leitura é sempre bem-vindo.
A novidade é que os livros eletrônicos –
e-books – foram incluídos na pesquisa, desta vez. Nessa modalidade, foram
lançados cinquenta e oito mil títulos em 2011. E esse número deve aumentar
neste ano. Não foi computado o número de livros eletrônicos vendidos, mas o
panorama da leitura vai se modificando, lentamente. A revolução tecnológica vai
sendo incorporada ao livro.
Infelizmente, a educação brasileira está
cada vez mais deficiente e isso influi, é claro, no índice de leitura dos
brasileiros: apenas 35% das pessoas com ensino médio completo podem ser
consideradas plenamente alfabetizadas e 38% dos brasileiros com formação
superior têm nível suficiente em leitura e escrita. Este, infelizmente, é o
resultado do Indicador do Alfabetismo Funcional 2011-2012. Segundo ele, apenas
26% da população brasileira pode ser considerada plenamente alfabetizada.
Tomando conhecimento desses números, não
pude deixar de me lembrar deles quando vi, nesta semana, numa grande revista
semanal, sete páginas de publicidade do governo, falando da qualidade da escola
pública no Brasil. “Toda escola pública pode ser uma boa escola”. O certo não
deveria ser “Toda escola pública DEVE uma boa escola”? “Toda escola pública
pode ter uma biblioteca”. E eu corrijo de novo: toda escola pública DEVE ter
uma biblioteca. Com livros, com bibliotecários, com um lugar apropriado. E
assim por diante, a publicidade afirma que as escolas “podem” ter equipamentos
digitais, transporte escolar, quadras esportivas, educação de tempo integral. E
eu insisto: as escolas públicas DEVEM ter tudo isso.
Espero que venham a ter, para que se
resgate a educação de qualidade neste país e para que tenhamos, assim, jovens
realmente alfabetizados, que saibam ler e escrever, para que possam gostar de
ler. Perdoem a redundância,
que eu prefiro chamar de ênfase.
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Sobre
o autor: Luiz Carlos Amorim é Coordenador do Grupo Literário A ILHA em SC, com
32 anos de atividades e editor das Edições A ILHA, que publicam as revistas
Suplemento LIterário A ILHA e Mirandum (Confraria de Quintana), além de mais de
50 livros.
Foi eleito a Personalidade Literária de 2011 pela Academia Catarinense de Letras e Artes e ocupa a cadeira 19 da Academia Sul Brasileira de Letras.
Editor de conteúdo do portal PROSA, POESIA & CIA. e autor de 27 livros de crônicas, contos e poemas, três deles publicados no exterior. Colaborador de revistas e jornais no Brasil e exterior – tem trabalhos publicados na Índia, Rússia, Grécia, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Cuba, Argentina, Uruguai, Inglaterra, Espanha, Itália, Cabo Verde e outros, e obras traduzidas para o inglês, espanhol, bengalês, grego, russo, italiano -, além de colaborar com vários portais de informação e cultura na Internet, como Rio Total, Telescópio, Cronópios, Alla de Cuervo, Usina de Letras, etc.
Foi eleito a Personalidade Literária de 2011 pela Academia Catarinense de Letras e Artes e ocupa a cadeira 19 da Academia Sul Brasileira de Letras.
Editor de conteúdo do portal PROSA, POESIA & CIA. e autor de 27 livros de crônicas, contos e poemas, três deles publicados no exterior. Colaborador de revistas e jornais no Brasil e exterior – tem trabalhos publicados na Índia, Rússia, Grécia, Estados Unidos, Portugal, Espanha, Cuba, Argentina, Uruguai, Inglaterra, Espanha, Itália, Cabo Verde e outros, e obras traduzidas para o inglês, espanhol, bengalês, grego, russo, italiano -, além de colaborar com vários portais de informação e cultura na Internet, como Rio Total, Telescópio, Cronópios, Alla de Cuervo, Usina de Letras, etc.
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